13.11.06
28.9.06
YouTube
O vírus da web, no momento, chama-se YouTube. Trata-se de um website onde usuários carregam, assistem e compartilham vídeos digitais.
São mais de 100 milhões de vídeos exibidos por dia, no site que está no ar desde fevereiro de 2005. A cada mês o vírus se alastra, e o número de acessos é dobrado. Os vídeos são dos mais variados tipos: caseiros, comerciais de TV, filmes, videoclips etc.
O YouTube gera um movimento do vídeo viral. Acontece da seguinte maneira: uma pessoa vê o filme, envia para um amigo que abre o arquivo na sala de trabalho, e consequentemente assiste ao lado dos colegas, que espalham para suas listas de email e assim vai o vídeo vai sendo disseminado. O mais interessante é que os vídeos são produzidos por pessoas comuns, porém profissionais da área de comunicação já estão de olho nessa ferramenta da web. Campanhas de empresas estão sendo desenvolvidas especialmente para o YouTube, apostando no marketing viral. E mesmo para os não profissionais a produção dos vídeos pode render um bom negócio, como é o caso dos internautas que produzem vídeos estimulados por concursos de marcas famosas.
O vírus realmente contamina, e acaba sendo inevitável disseminá-lo. Se você se pegar visitando o YouTube todos os dias, em busca dos últimos vídeos postados, ou dos mais vistos, cuidado! Este pode ser um sintoma de que você está com o vírus. Passe adiante!
Luana Barros
Fontes:
Revista Info - Agosto 2006
Wikipedia
6.9.06
Estou aqui
2.9.06
Para Refletir
Gilmar de Carvalho
26/08/2006 17:26
Ver um programa de propaganda política é um exercício de vertigem. A sucessão de tantas informações, em tão pouco tempo, nos dá o enjôo da câmera trêmula ou nos remete à estética do vídeo-clip. Nada que possa levar ao amadurecimento das decisões, à discussão de programas ou a um espetáculo desfrutável (ainda que inócuo).
A discussão passa pela concessão dos canais, pela formação dos oligopólios e por uma comunicação que tem sido conveniente a quem está no poder, dos militares até hoje.
Seria ingênuo acreditar que a propaganda política se resume a este espetáculo que antecede as eleições. Imagens são construídas ("caçador de marajás"), na cobertura jornalística. O caráter ideológico da notícia e o impacto das imagens em movimento se dão todos os dias, em todas as emissoras (inclusive nas que se dizem públicas).
Voltando a este "show" bienal, como manter a atenção do receptor? Este tende a cobrar o mesmo padrão do restante da programação e aí entraram os profissionais de "marketing" e os especialistas na edição (e fabricação) das imagens.
Era preciso enterrar a "lei Falcão", com os retratos 3x4 e a locução "em off" dos "predicados" dos candidatos. A virada foi a eleição de Maria Luiza, em 1985, ditando um padrão que foi aperfeiçoado pelo grupo que está no poder há vinte anos: "glamour", melodrama (a lágrima ao som de "Pai Herói") e apresentadores sem sotaque cearense.
O que vemos hoje no espaço dos candidatos a deputados estaduais e federais atualiza o passado autoritário: temos os números e damos o desconto de algumas bizarrices. A pasteurização das falas insiste em "sociedade igualitária e justa", na segurança (convencionou-se que seria bem recebido pela população acuada pela violência, cujas causas não são aprofundadas) e na ênfase à escola e à saúde. O filão da ética nos faz rir com a postura de vestais de alguns candidatos, enquanto outros optam pelo "efeito parabólica" ("o que é ruim a gente esconde", dito por um ex-ministro e levado ao ar, inadvertidamente).
A programação é perversa e os grandes partidos e coligações têm mais tempo.
O "politicamente correto" nos leva às "cotas" e nos lembra (sem saudades) de "deficientes (muito) eficientes". A mulher pode ser esposa, filha ou irmã e poucas têm luz própria. O estereótipo de juventude não esconde, muitas vezes, a angústia de sobrevida das oligarquias. E muitas candidaturas mais parecem factóides.
Claro que a propaganda deve continuar, mas por que não aperfeiçoá-la? Slogans, promessas e palavras de ordem já não bastam. Faltam argumentos e fica a pergunta: será que alguém decide seu voto por conta da televisão (como separar o real da ficção?), muros pintados, caros de som ou bandeiras empunhadas por militância paga? E o "obsceno" (o que fica fora de cena) não nos faria rir da proibição de doação de camisetas, bonés e chaveiros?
Gilmar de Carvalho
É professor do curso de Comunicação Social da UFC e doutor em Semiótica pela PUC de São Paulo
Fonte: Jornal O POVO
29.8.06
O que é ser repórter fotográfico?
Para ser repórter fotográfico não basta freqüentar cursos de fotografia, correr atrás de fatos, estar no momento certo da notícia, mas, ir muito além disso. “Fotografar é por no mesmo ponto de mira a cabeça, o olhar e o coração” relembrando Cartier-Bresson. É dessa soma tão necessária que brota o profissional da imagem-notícia.
Além da sensibilidade fotográfica o repórter deve ter conhecimento nas áreas das ciências sociais. O contexto social, econômico e político balizam os fatos. Estar inteirado dos aspectos antropológicos e culturais das sociedades abordadas é fundamental para um discurso impactante, denso e gerador de opiniões. É preciso compreender o sentido deste fazer, cujo exemplo podemos citar outro mestre dessa arte , no caso o brasileiro Sebastião Salgado, que define seu metiér como: “a transformação da fotografia numa forma de vida, valorizando o momento histórico em que se vive e estar atento ao porvir”.
Assim como Cartier-Bresson, Salgado é famoso por fotografar gente e por seu interesse pelo ser humano. O fotógrafo das causas sociais, como é reconhecido, acredita que essa é tarefa do fotógrafo: identificar-se totalmente com aquilo que ele vai fotografar. Ter o prazer de estar lá. Ou então o trabalho não é feito.
Depois das férias...
Agora o exercício é escrever, se possível diariamente.
Férias!
O ruim das férias: acabaram-se e com elas o romance de Yambo e sua chama.
O bom das férias: descobri Franz Ferdinand, comi pamonha da tia Alzira, cinema na capital e mama and papa in the house, não necessariamente nessa ordem!
De volta às aulas!
Lado A: encontrar amigos, socializar, aprender e praticar.
Lado B: 100km de estrada e aprender as músicas de forró do momento.
Fim de semana
O melhor do fim de semana foi ter assistido CAPOTE, simplesmente perfeito. Vale por várias horas de aula de jornalismo e humanismo. Sei que é meio clichê ou justificativa pra filme ruim, mas a fotografia é LINDA.
Ter reencontrado o CiccioBello e viajar no tempo.
<----- Ele antes e agora! ----->
O pior do fim de semana foi ter que começá-la sem o Felipe. :(
27.7.06
24.7.06
Algo que naquele momento era mais forte e me chamava a atenção. Um filme era projetado bem ali, na minha frente. Em poucos minutos um senhor, com uma cara bem simpática, montava sua lojinha: Artesanato da Terra. Ali encontrava-se de tudo, de artesanatos à roupas usadas.
Encantei-me primeiramente com o suporte "varal" para sua vitrine, que encontrava-se no interior da loja, e à medida que o simpático senhor ia abrindo seu estabelecimento o varal ia sendo posicionado no lado de fora. Em seguida a fachada da loja ia sendo emoldurada por roupas penduradas em cabides, e o nome da loja acabou ficando escondido.
Os carrinhos e os ônibus de lata foram sendo cuidadosamente estacionados sob o "varal vitrine". Artigos de palha e couro de um lado, plástico e sintéticos afins do outro.
Cada objeto é cuidadosamente espanado e recolocado nas estantes. Aos poucos o interior da loja vai sendo revelado.
Os transeuntes não hesitam em parar e olhar a loja. Um chegou até a experimentar o chapéu de couro, mas não levou. Deve estar indeciso, afinal já parou outras duas vezes em frente à loja. Lá vem ele outra vez, pára e olha o chapéu novamente, pega no boné, pensa e dá mais uma volta.
Fico atenta para não perder o ônibus, e ao mesmo tempo torcendo para que ele não chegue tão cedo, assim posso desfrutar mais um pouco desse filme.
Percebo que as embalagens são sacolas de outras lojas, tem de perfumaria, livraria, supermercado...
Fico na dúvida se devo registrar essas imagens, ou se deixo apenas no pensamento.
O ônibus chegou, mas o filme continua!
Luana
15.7.06
Os cearenses que se incomodem, mas Pernambuco é tudo. O povo aqui pode ser megalomaníaco, porém sabe ser organizado e as coisas funcionam.
Semana passada eu estava passeando pela FENEARTE, feira de artesanato que acontece anualmente em PE, e fiquei pensando por que isso não existe em Fortaleza. A feira reúne artesanato de todo o país e ainda tem espaço pros hermanos estrangeiros, é enorme e incrível. Por aí inventam esse tal Vida & Arte e acham o máximo.
Sem falar no carnaval, são joão e outras folias. As pessoas têm prazer em se fantasiar e cair na brincadeira, e não tem idade pra isso, não. Melhor ainda é que não tem cordas pra separar o povo, todo mundo se diverte junto.
Depois tem Caruaru e suas grandezas, tudo lá é maior e melhor, de qualquer maneira é uma cidade incrível, ah se o Pe. Cícero tivesse morado lá!
Os pernambucanos gostam de cultura, estudam e crescem sabendo suas tradições e manifestações artísticas, e fazem bom proveito de tudo isso.
Por isso mesmo que disse antes que os cearenses que se incomodem, assim podem saber por que são despeitados, por pura ineficiência, comodismo, falta de vontade e otras cositas más.
Luana
14.7.06
As Pedras Encantadas de José Cláudio
São mais de 50 anos dedicados à arte. Pintor, desenhista, gravador, escultor, crítico de arte e escritor, José Cláudio da Silva é este personagem que não pára. Entre as suas diversas atividades, continua pintando - pássaros, de preferência -, desenhando, desenhando e, atualmente, um novo trabalho mobiliza grande parte de sua energia criativa: um conjunto de esculturas em pedras destinado ao projeto Santuário dos Três Reinos, situado na cidade do Cabo de Santo Agostinho.
Estas obras estão sendo executadas numa pedreira
Muito à vontade no atelier improvisado, o autor descreve com emoção como começou esse novo trabalho. “Eu estava em casa num sábado de carnaval e Roberto Viana, empresário e amigo, me liga da Bahia, e pensei na hora que ele podia me ajudar num assunto que estava me preocupando - é que no mesmo dia, eu tinha recebido uma notícia de que tinha que tirar umas esculturas minhas de um terreno que ia ser vendido. O detalhe é que essas esculturas eram de pedra e em escalas enormes. Fiquei com vergonha de importuná-lo com essa história. Mas, do outro lado ele também tinha um assunto a tratar. Ele me disse que havia adquirido um terreno, e que nele havia uns claros. Queria colocar ali umas esculturas de pedra. Eu comecei a rir, mas rapaz, o assunto que eu tinha pra falar era justamente sobre isso”.
Assim começou o projeto que já tem mais de três anos, e que ficou um tempo parado, por falta de recursos. Agora com apoio da Unesco, as obras voltaram a ser executadas.
José Cláudio lembra que já estivera na mesma região décadas atrás, entre fins de 60 e início dos anos 70, durante a construção das muralhas de Fazenda Nova, para o espetáculo da Paixão de Cristo. E lá ele fez algumas esculturas em pedra, a convite de Plínio Pacheco. Foi nessa época que surgiu o parque das esculturas, sugerido pelo então ministro dos Transportes Mário Andreazza. Muitos dos cantéis (nome popular dos canteiros, em Pernambuco) da época de Plínio estão trabalhando nesse projeto atual, afirma José Cláudio, que está contente por reencontrar alguns amigos antigos.
Em meio a nossa conversa, de repente, José Cláudio pára em frente a uma pedra que repousa sob um enorme pé de juazeiro, e diz que ali sua idéia é fazer uma mulher toda arreganhada (sic), e sorri, feliz da vida. Ao ver outra pedra, diz: “escolhi essa pedra por que tem uma mancha preta, e pensei em fazer um sapo, não precisam ver, basta saberem que fiz uma intervenção na pedra”. Algumas obras demoram mais de três meses para ficarem prontas, mas isso depende do número de homens trabalhando na pedra. À medida que as esculturas vão ficando prontas vão sendo levadas para a fazenda do amigo em Cabo de Santo Agostinho, destino final das obras. Segundo o artista, mais de 20 obras já estão prontas. E a idéia do amigo empresário é de que o projeto não pare nunca, diz o artista entusiasmado. Louvado seja!
29.6.06
O Universo da Feira
O que seria um simples passeio pela feira de rua, comércio ambulante tradicional ainda nas cidades interioranas, pode despertar um novo olhar sobre este espaço de trocas aparentemente simples, e destituído de maiores significados. Dizemos aparentemente simples, com larga propriedade, posto que inúmeras relações sociais se efetivam neste tipo de comércio, como veremos a seguir. Buscando descobrir a magia da Feira, pressentimos um mundo todo a se revelar. “Conhecer as imagens que nos circundam significa também alargar as possibilidades de contato com a realidade; significa ver mais e perceber mais.”, seguimos, por conseguinte, as pegadas de Bruno Munari, designer italiano.
Um mundo inteiro se abre com novas possibilidades de apreensão e reconhecimento. Observando as linhas harmônicas dos trançados de palha – em chapéus, cestos, peneiras, ou ainda, atentando para a diversidade dos mesmos objetos apresentados em materiais distintos . Natural como o encontro dos antigos e tradicionais com os novos materiais, na confecção do mesmo produto, também são as tecnologias. A exemplificar: as coleiras de animais coloridas, feitas de nylon, e as tradicionais de anéis de metal ou couro.
O visual da Feira é outro aspecto relevante. As relações volumétricas que criam formas tridimensionais como a pilha de vassouras de palha ou de barbante, arrumadas de maneira simétrica, geram inusitados objetos. Há também a transformação de uma forma em outra, percebida no uso da bandeira nacional na sandália de borracha industrializada. Novas formas vão sendo construídas de maneira harmoniosa, cheias de mensagens visuais, compondo uma estética muito agradável aos olhos.
E o que dizer das cores e de seu uso? Para um designer, as cores corretas são as próprias dos materiais com que são produzidos os objetos, e ele as opera em sintonia com a ciência e a indústria, de acordo com Munari. O mesmo é percebido no universo dos feirantes, que ao invés de científico, eles operam com o conhecimento empírico. O vermelho latente e vibrante do colorau repousado na vitrine a céu aberto, quase que impossível não ser visto, contrastando com os raios de sol. Vendo-se as paredes de barracas, de colchas de retalhos de tecido, percebe-se que não há uma seleção simétrica de cor e padrão, porém que resultado primoroso.
E que exemplo mais exímio do que a seção de ervas - farmácia popular – e especiarias. As latas de alumínio que já guardaram leite em pó agora servem de suporte para a canela em bastão, pedras de enxofre, anis estrelado, tudo perfeitamente adequado. A disposição é no chão mesmo, protegido apenas pelo plástico preto, que contrasta com o prateado do alumínio.
A feira é esse universo mágico, democrático e contemporâneo. Mistura de formas, cores, materiais. Regido por sua gente e sua sabedoria.
Luana E.G. Esmeraldo Barros
Domingo é dia de felicidade
Domingo é dia de visita. É dia de Dona Ana colocar o seu melhor vestido e passar lavanda no corpo. Seu Aurélio faz a barba e capricha na loção. No canto da varanda uma senhora se balança na cadeira, comentam que ela é um pouco arisca, mas disfarça bem ao ver alguém se aproximando. No jardim umas quatro senhoras entoam um “bendito”, se alegram ao ver as pessoas entrando e concluem que já está na hora das visitas.
Os olhos deles brilham, sorrisos largos e uma aparente ansiedade, deve ser pela chegada dos amigos ou algum parente. Percebem logo quando chega um desconhecido, e tratam imediatamente de ficar por perto. Querem contar suas histórias e sabem que vão ter alguém para ouvi-los. No rosto de cada um várias linhas, sinais do tempo, e muita história pra contar. Os olhos de dona Mariazinha marejam, ela lembra do irmão que um dia vivera junto ali. Mas ela não chora, apenas tenta contar sua história em troca de atenção.
As visitas vão chegando com as mãos ocupadas. Logo eles desconfiam do pacote, da cesta embrulhada num papel, da sacola de supermercado, já devem imaginar o que vem ali dentro. Certamente já haviam pedido ou insinuado. Eles adoram as bolachinhas de padaria que combinam muito bem com o café. A colônia também deve estar num daqueles pacotes. São muito vaidosos e gostam de estar perfumados.
Muitos não têm mais família, outros não a vê há tempos. Família agora é o lar onde vivem. É o companheiro da cama do lado. Lá recebem o carinho dos funcionários, alguns voluntários, das enfermeiras, dos profissionais de saúde que lhes prestam atendimento semanalmente, e das visitas muitas vezes de desconhecidos. Sentem-se importantes e queridos.
Por trás das linhas marcadas no rosto de cada um há muita história vivida. O brilho do olhar não representa mais o viço da juventude, mas ainda brilha para os amigos e desconhecidos que os visitam. Alegria é receber atenção, carinho, um sorriso. Para esses idosos o contentamento se completa nas coisas mais simples, basta sentirem-se amados, ouvidos e visitados.
Felicidade é o que muitos dos idosos do Lar Bezerra de Menezes sentem.