18.12.07

Neve a caminho de Veneza





Olá, caroneiros!
Hoje, terça-feira, 18/12, estamos saíndo de Veneza para Paris. Passamos dois dias aqui, fez muuuito frio e isso nos intimidou um pouco.
Passeamos pela ilha, mas não morremos de amor por ela. O lugar é bem diferente de tudo que já vimos. Ruas estreitinhas, nada de carros nem bicicletas. Becos vazios que levam a praças cheias de gente e pombos. Tem muitos deles ali. Muitas igrejas, que servem para a gente entrar, admirar, e se esquentar!!! Comemos muita pizza, é claro! O sorvete deixei para a próxima, não tive a coragem do Felipe :)
No primeiro dia, chegamos a Veneza de tardinha e fazia muito frio. Meus pés ficaram congelados e era difícil de andar. Foi mais tortura do que diversão.
Foi legal ter conhecido Veneza, mas achamos que teria sido mais legal ter ficado mais dias em Roma. Agora estamos no aeroporto, esperando o vôo que só sai daqui a cinco horas... Mas pelo menos temos internet aqui e podemos atualizar nossos blogs e responder emails.
Depois de amanhã vamos para London London
Beijos

Primeira neve na viagem
16/12- Décimo-primeiro dia de viagem. Partimos pela manhã de Florença para Veneza. Enquanto tomávamos café, perto da estação de trem, vimos que estava nevando. Era pouco, mas o suficiente para dar mais emoção a nossa viagem. Tentamos fazer fotos, mas nevava pouco, não dava pra ver nas imagens.
Pegamos o trem, depois de 40 minutos de viagem e após sair de um túnel uma surpresa: estava tudo branco lá fora. O felipe nem tinha percebido. Pena que não dava para ir lá fora!!! E ao chegarmos em Veneza nada de neve.

15.12.07




Nos degraus do Vaticano


Nascimento de Vênus

Na Itália






Olá para todos os viajantes de carona com a gente!
O blog agora tem o subtítulo Zoropando, por sugestão dada pelo amigo piauiense Zaza.
Hoje, 15/12, estamos na bela Florença, cidade na região da Toscana. O lugar é realmente muito bonito e foi aqui que surgiu o Renascimento italiano. Por aqui podemos ver obras dos renascentistas Michelangelo, Da Vinci e Botticelli. Uma das mais impressionantes obras que vimos foi o Davi de Michelangelo. Outra obra fascinante é o Nascimento de Vênus, de Botticelli.
A cidade é pequena e fizemos tudo a pé. Um passeio muito legal, não fosse pelo frrrrio. Acredito que aqui está mais frio do que todas as outras cidades por onde já passamos.
Ontem visitamos Pisa, fica a 1 hora de trem de Florença, e vimos a famosa torre torta. Uma pena termos chegado lá já escuro, as fotos não ficaram tão boas, mas valeu o passeio.
Em Roma foi maravilhoso, e lamentamos termos ficado pouco tempo. Foi tudo ótimo, desde a hospedagem calorosa da nossa amiga Dé aos passeios. Sim, é claro que comemos muita massa e queijo, até mesmo uma santa refeição no Vaticano. Aliás, o Vaticano é todo um capítulo a parte. Visitamos o lugar por dois dias, um só para ver o museu onde está a Capela Sistina. Outro passeio legal que fizemos foi pela Praça de Veneza, em Roma, de onde era possível ver resquícios da Roma antiga, como o Fórum romano. Perdemos a hora e não deu para visitar as catacumbas romanas. Fica para a próxima!
Fomos também ao Coliseu, Fontana de Trevi, Panteão e Capitólio. Até que deu para a gente visitar muitos lugares, mas seria preciso mais tempo nos museus para poder ver tudo. É preciso pausa para admirar tanta coisa.
Minhas pernas já estão mais acostumadas com as andanças. Depois de subir na cúpula da Basílica de São Pedro, no Vaticano, acredito que entrei em forma. Eram apenas 320 degraus, numa escadaria tão estreita que só dava para passar uma pessoa. No começo pensei em voltar, mas a escada era sentido único, então tive de enfrentá-la, a sorte é que o Felipe me ajudou dando um apoio moral, mas pensei que não fosse aguentar. Acho que ali pagamos todos os pecados e vamos direto para o céu. De qualquer jeito, ao chegar lá em cima a vista é linda, valeu a pena o esforço.
Bom, vou ficando por aqui, não dá para contar todos os detalhes, temos de deixar alguma coisa para contar ao vivo!!!
Amanhã partiremos para Veneza e espero que o frio não atrapalhe muito! :)

11.12.07

olha que lindo o céu de Madrid!

Mais fotos



clique para ver um vídeo da gente na Plaza Mayor

Diário de bordo, enfim!


Hoje, terça-feira(11/12), estamos em Roma.
Recapitulando a viagem, já passamos por Paris, Madrid e Barcelona.
Posso dizer que a jornada européia começou na Espanha, por onde passamos 4 dias. Paris não conta porque passamos dois dias zonzos, nos adaptando ao fuso de 4 horas e civilização européia. No entanto, fomos recebidos pelas minhas irmãs Camila e Sabrina que nos ofereceram um jantar de boas vindas.
Chegamos em Madrid, na sexta de tarde, e fomos surpreendidos no aeroporto pela Cibele, que estava a nossa espera. Deixamos as malas no hotel e partimos para a Porta do Sol, marco zero da cidade, era feriado e havia uma multidão nas ruas apreciando a decoração de natal. Andamos até a Plaza Mayor, palco de grandes acontecimentos do passado. Infelizmente uma feira de enfeites de natal tomava toda a praça e não podemos apreciá-la melhor...
Nossa guia Cibele nos levou para o Museu do Jamón (presunto), tem de todo tipo e lugar da Espanha, é claro que nos deliciamos com jamón, cerveza e chorizo. Que delícia! Por mim não teria saído de lá tão cedo, mas vida de turista é apressada. Quem nos acompanhou nessa incursão madrilenha foi um amigo colombiano da Cibele chamado Carlos. Hablamos mucho en español e nos divertimos. Paramos em outro bar para mais uns tapas(petiscos). A cozinha espanhola é muito boa, decidimos que queremos morar ali. :)

Segundo dia em Madrid:
Rota de museus. Fomos ao Prado, onde passamos horas numa fila, num frio de rachar. Mas tudo bem, não é todo dia que passamos o inverno na Europa :)
Vimos muitas obras, mas o museu é enorme, e não demos conta de vê-lo todo. Tivemos de escolher algumas telas, entre elas, As Meninas(Velásquez), El Cardenal(Rafael), além de Caravaggios, Tizianos, Tintorettos... Infelizmente o auto retrato de Albert Durer estava emprestado para uma exposição.
Do Prado seguimos para o museu de arte contemporânea de Madrid Rainha Sofia. Lá vimos A Guernica de Picasso, além de Mirós, Tapies e outros modernistas.
Continuando a visita por Madrid, fomos ao Palácio Real, mas o Rei Juan não estava por lá :)
A arquitetura da cidade é assombrosa, tudo lindo, cada detalhe que faz a gente viajar no tempo. Para terminar a noite, uns amigos italianos da Cibele nos ofereceram uma cena(janta) italiana, com direito a vinho e pasta autêntica :)
Nos despedimos de Madrid e seguimos para Barcelona.
A viagem de ônibus durou umas 7 horas, assim podemos dormir e recarregar as energias para a próxima parada espanhola.
Barcelona é moderna, agitada e o povo tão alegre quanto os madrilenhos. O catalão é uma língua muito distinta, mas curiosa e muitas vezes compreensível.
Estávamos ansiosos para dar notícias e pôr fotos na web, mas não tínhamos conexão no hotel e não achamos nenhum cyber café por perto, também não perdemos tempo procurando, afinal tínhamos de aproveitar o pouco tempo e visitar os lugares.
Fizemos um city tour legal pelos principais bairros da cidade. A primeira parada foi na Sagrada Família, igreja que começou a ser construída desde o fim do século 19 e ainda não foi concluída. A sua arquitetura é algo assustador, tomamos um choque ao sair da estação de metrô e vê-la sobre as nossas cabeças. Ficamos umas duas horas admirando esse templo, que teve Gaudí como principal artista na sua construção. São muitos detalhes e precisaríamos de dias para ver tudo.
Depois passeamos pelo bairro Gótico, Montjuic onde está a Plaça d'Espanya, vimos mais prédios com a arquitetura particular de Gaudí. Fizemos cerca de 180 fotos só de Barcelona, cada prédio encantava e era necessário registrar com fotos. Só mesmo imagens para descrever o que vimos.
Bom, chegou o dia de deixar a Espanha, mas estamos bastante ansiosos pela próxima parada: Itália.
11/12 - Roma
Chegamos em Roma no começo da tarde e fomos para a casa de uma amiga brasileira, a Dé, que nos hospeda nesses 3 dias e tem internet em casa(que maravilha!). Como ainda estava claro, aproveitamos para visitar as igrejas próximas, fomos caminhando até a Basílica de São João Batista, consta que é a primeira igreja católica de Roma. Ficamos de boca aberta com tudo que vimos ali. Fiquei pensando como será a Basílica de São Pedro.... Dalí seguimos para a Igreja da Santa Cruz de Jerusalém, onde há relíquias da Cruz, pelo menos é o que dizem lá... Chegamos e haviam sacerdotes cantando em latim. Foi emocionante. Que bela recepção. Aposto que foi de encomenda para nossas avós. :)
Minhas pernas tremiam de tanta dor, afinal a gente anda e anda por aqui. Tudo é novo, diferente e lindo, então vamos caminhando e quando vemos andamos quilômetros.
Finalmente pude sentar e escrever um resumo dos nossos seis primeiros dias na Europa.
Espero poder continuar atualizando o blog.
Um beijo a todos
Luana

26.11.07

Fonte abandonada

Matéria publicada no jornal O POVO

em 23/11/07

Fortaleza

DESCASO

Fonte de Sérvulo Esmeraldo no Centro está abandonada

Yanna Guimarães
da Redação

Três anos depois de sua inauguração, a Fonte Cinética construída na área do antigo prédio do Fórum Clóvis Beviláqua, está abandonada



23/11/2007 00:47

Hoje, a fonte serve apenas como depósito de lixo e reservatório de água da chuva(Foto: TALITA ROCHA) e Quando foi inaugurada, as três rodas hidráulicas da fonte se movimentavam(Foto: IMAGEM BRASIL)
Hoje, a fonte serve apenas como depósito de lixo e reservatório de água da chuva(Foto: TALITA ROCHA) e Quando foi inaugurada, as três rodas hidráulicas da fonte se movimentavam(Foto: IMAGEM BRASIL)

A construção dela fazia parte de uma política de requalificação da Fortaleza Histórica, um projeto do então Governo do Estado. Chamada de Fonte Cinética, o monumento foi escolhido por meio de um concurso público, que tinha como objetivo criar uma obra de interação entre a arte, a população e o espaço urbano. Hoje, pouco mais de três anos depois de sua inauguração, a fonte da praça onde funcionava o antigo prédio do Fórum Clóvis Beviláqua, próxima à Catedral Metropolitana de Fortaleza, está abandonada.

Na água, copos, garrafas e sacos plásticos. Ao redor da fonte foi deixado um pequeno espaço para um simples jardim, que deu lugar a um gramado tímido, queimado e cheio de lixo. Construída em aço inox, a Fonte Cinética tem torres que medem 4,2m e 1,8m e são movidas a jatos d´água. Composta de três rodas hidráulicas em cujas faces estão desenhadas espirais coloridas e orientadas em sentidos diferentes, o movimento das rodas seria assegurado por três canhões hidráulicos. Mas o funcionamento da engenharia só se deu nos primeiros dias após a inauguração.

"Roubaram o motor e nunca mais funcionou. Não houve mais uma manutenção, um cuidado, nada. Hoje está aí, só serve para ser criadouro do mosquito da dengue", relata Márcia Cristiane Félix, que é proprietária de uma banca de revistas na praça há 17 anos. A vendedora Cléucia Teixeira, que trabalha na praça há dois anos, nunca viu o funcionamento da fonte. "Nem presto atenção, não sabia nem que era uma fonte. Se é, há muito tempo que não sai água daí". De passagem, o jornalista Breno Ramos, que é de João Pessoa e passa férias em Fortaleza, arrisca e diz que o monumento é uma fonte. "Eu acho, não é? Mas virou uma lixeira".

À época, 13 artistas participaram do concurso com projetos de diferentes padrões estéticos. O vencedor foi o artista Sérvulo Esmeraldo, que se mostra profundamente triste com o abandono de sua obra. "Levamos mais de um mês para criar a obra. É uma falta de respeito não só comigo, mas com a população, já que a obra foi cara. No início, ela chamava atenção. Os turistas passavam e tiravam fotos. Nunca na minha vida imaginei que ela fosse ficar assim". Enquanto a obra de Sérvulo está esquecida aqui, ele é reconhecido fora do País e inaugura a exposição Os Excitáveis, uma de suas mais célebres criações, na Sicardi Gallery, em Houston, nos Estados Unidos.

Logo depois de inaugurada, a Fonte Cinética foi cedida à Prefeitura de Fortaleza. O então governador Lúcio Alcântara disse que o monumento era patrimônio cultural da cidade de Fortaleza. "E será então mantido como símbolo da criatividade cearense", relatou à época. A praça Dom Pedro II, onde foi construída a fonte, serve também como apoio dos comerciantes que armam uma feira na avenida Alberto Nepomuceno às segundas e quintas-feiras. "É por isso também que a praça acaba tão suja. São as próprias pessoas que jogam lixo", afirma o comerciante Magno Félix. De acordo com a Secretaria Executiva Regional (SER) II, responsável pela área, foi encaminhado para a Comissão de Licitação da Prefeitura um edital de manutenção corretiva e preventiva de todas as praças da área da SER II. Ainda não há previsão para o início.


SAIBA MAIS

- Sérvulo Esmeraldo nasceu no Crato, em 1929. Escultor, gravador e desenhista, iniciou-se profissionalmente no fim dos anos 40, em Fortaleza. Foi para São Paulo em 1951, onde dividiu os estudos com as atividades de xilogravador e ilustrador para a imprensa. Neste período, desenvolveu também projetos gráficos, realizou sua primeira coleção de jóias e suas primeiras esculturas em ferro.

- Em 1957, foi morar em Paris como bolsista do governo francês; onde estudou na Escola Nacional de Belas Artes e com J. Friedlaender, e intensificou suas atividades como gravador e, posteriormente, como escultor, desenhista e artista cinético, nos trabalhos que denominou de "Excitables".

- Com diversas exposições individuais realizadas e participação em importantes salões, bienais e outras mostras coletivas na Europa e nas Américas, retornou ao Brasil em 1980, fixando-se em Fortaleza, cidade que abriga cerca de 40 esculturas públicas de sua autoria.



Desperdício de dinheiro

23/11/2007 00:47


Para a curadora de artes plásticas Dodora Guimarães, o abandono do monumento é um desrespeito. Ela acompanhou de perto o processo para a escolha da obra, fruto de um concurso público. "Assisti aos inúmeros testes de seu 'ballet gráfico' no atelier do artista e depois na praça. Como se pode ignorar algo tão original e que, ainda por cima, ocupa um espaço no coração da cidade? Não entendo esse desamor para com a nossa cidade, com o nosso patrimônio".

Dodora, que é casada com Sérvulo, ressalta que a obra tem todas as condições para funcionar no local escolhido. No entanto, ela destaca que é necessário zelo, não só com a escultura, mas com a praça, com o seu entorno. "Independente de ser casada com o Sérvulo, sou uma cidadã. Esse desrespeito com uma obra pública, de um profissional de relevante contribuição à arte brasileira me faz pensar: para quê trabalhamos? Quando passo naquela área, eu tenho vergonha de ser uma cidadã de Fortaleza". Dodora nasceu e viveu até os 16 anos no Acre, mas se considera cearense.

Sobre o funcionamento da fonte, Dodora relembra que a escultura cumpriu sua função de fonte por poucos dias após a inauguração. "Pouquíssimas pessoas a viram funcionando. Temos um filme dela funcionando quando foi inaugurada. Alguns dias depois, alguém da Regional desligou o motor, nos informaram à época". A partir daí, ela conta que o monumento foi ficando totalmente abandonado. "É uma obra linda, não entendo o porquê dessa indiferença, inclusive por parte da população. Ela foi feita com dinheiro público e faz parte do nosso patrimônio".

O(s) Cinético(s)

Matéria Publicada no jornal O POVO

em 22/11/07

Vida & Arte

ARTES PLÁSTICAS

Sérvulo cinético

Juliana Girão
da Redação

O artista plástico cearense Sérvulo Esmeraldo inaugura exposição na Sicardi Gallery, em Houston, nos Estados Unidos, no próximo dia 1° de dezembro, para apresentar uma das suas mais célebres criações: Os Excitáveis. A mostra reúne um conjunto de 25 obras dos anos 60 e 70, conservadas por sua filha Sabrina Esmeraldo, em Paris


22/11/2007 01:01

Uma das obras de Sérvulo Esmeraldo que que fazem parte da mostra exposta nos Estados Unidos (Foto: Alex Costa)

Uma das obras de Sérvulo Esmeraldo que que fazem parte da mostra exposta nos Estados Unidos (Foto: Alex Costa)


Virgem! filha minha
De onde vens assim
Tão suja de terra
Cheirando a jasmim
A saia com mancha
De flor carmesim
E os brincos da orelha
Fazendo tlintlin?

Minha mãe querida
Venho do jardim
Onde a olhar o céu
Fui, adormeci.
Quando despertei
Cheirava a jasmim
Que um anjo esfolhava
Por cima de mim...

A Anunciação, de Vinicius de Moraes


Quando menino, Sérvulo Esmeraldo gostava de brincar de fazer coisas. Engenhoso, construía rodas de água nas levadas no pé da serra do Araripe. Fazia de tabocas canudos que subiam pelas árvores. Eram seus "transportadores de água". A invenção, quando ele tinha lá pelos 8 anos de idade, foi a primeira das muitas que se sucederiam e fariam dele um artista plástico de reputação internacional. Basta dizer que Sérvulo fez parte da turma de gente como Aldemir Martins e Antonio Bandeira, participou de movimentos de vanguarda em Paris e fincou na capital cearense pelo menos 40 obras públicas, entre elas, o Monumento ao Saneamento da Cidade de Fortaleza (1978) no calçadão da avenida Beira-Mar. O olhar curioso e aguçado daquele menino imaginativo do Crato foi o que o perseguiu. E persegue até hoje aos 78 anos. Desta vez, o artista plástico cearense inaugura exposição na Sicardi Gallery, em Houston, nos Estados Unidos, no próximo dia 1°, para apresentar uma das suas mais célebres criações: os Excitáveis.

O artista vai levar para a cidade texana - conhecida como base de diversas companhias de petróleo, dos apoiadores do presidente George W. Bush e do centro de treinamentos de astronautas da Nasa - um conjunto de 25 obras dos anos 60 e 70 conservadas por sua filha Sabrina Esmeraldo, em Paris, cidade onde Sérvulo viveu por 25 anos. O destaque da mostra fica por conta da série originalmente em francês, Excitables, que o tarimbou no cinetismo mundial, fenômeno que rompeu a partir dos anos 50 a condição estática da pintura e trouxe movimento para as artes visuais.

Os Excitáveis são caixas cobertas de acrílico que unem arte e eletricidade estática. Dentro desses "quadros-objetos", elementos leves, como fios de lã, papéis ou plásticos, respondem à eletricidade estática gerada ao se friccionar a tampa com a mão. Os elementos se movem ali dentro com o estímulo do observador. "É difícil conceber, mas enquanto você faz os Excitáveis seu pensamento vagueia por muitos caminhos. E uma prova é que retomei os Excitáveis sem nenhuma dificuldade, como se eu nunca tivesse deixado de fazê-los. É a prova de uma ligação muito próxima entre os Excitáveis, meus desenhos, gravuras e esculturas", acredita Sérvulo. De fala pausada e andar cauteloso, ele recebeu a equipe do Vida & Arte na sua residência-ateliê, no Cocó. A ampla casa, onde vive com a mulher e curadora de arte Dodora Guimarães, reúne objetos de arte por todo canto. Ao fundo, um galpão é o espaço de criação do artista.

Datando de 1967, os primeiros Excitáveis foram criados para "objetualizar" o poema Anunciação, de Vinicius de Moraes, na 1ª Exposição Internacional do Livro-Objeto, de Nice. Com o retorno de Sérvulo Esmeraldo ao Brasil, nos anos 1980, por razões climáticas (elevada umidade relativa do ar) a produção, considerada pela historiadora e crítica de arte, Aracy Amaral, como a sua mais original contribuição, foi posta de lado, sendo retomada nos últimos anos. Na última semana, o artista finalizou o projeto de dois novos Excitáveis para a exposição Lo[s] Cinético[s], que traz cerca de 80 obras de 45 artistas da Arte Cinética, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. "É muito provocativo o resultado. Mostra essa faceta do inventor que se apropria da ciência", diz a curadora Dodora Guimarães. Um link do You Tube mostra os Excitáveis em plena ação (www.youtube.com/watch?v=ZZ9ER89wxlQ).

Além dos Excitables, a exposição da Sicardi Gallery apresentará um objeto ótico, titulado Réfléchissant - Refletidor (1972), em bloco de acrílico transparente com impressões serigráficas e o álbum Variations sur une Courbe - Variações sobre uma Curva (1972), contendo um poema de Jean-Clarence Lambert e 13 serigrafias. As obras de Sérvulo ficam em cartaz até 18 de janeiro de 2008 e chegam à galeria dentro de um contexto peculiar. A cidade texana abriga um importante conjunto da arte construtiva brasileira, representado pela coleção de 98 peças de Adolpho Leirner, recentemente adquirido e exposto pelo Museu de Belas Artes de Houston. As obras se somam aos 760 trabalhos da coleção de arte latino-americana moderna e contemporânea da instituição.

Entre os próximos projetos, Sérvulo está em negociação com a Secretaria da Cultura do Estado para a construção de uma escultura de 15 metros de altura em homenagem ao centenário do arquiteto Oscar Niemeyer. Por enquanto, o artista não revela local nem mais detalhes do trabalho. Para o próximo ano, ele também pretende lançar três livros: Desmontagem do Monograma de Albrecht Dü Rer (xilogravuras), Ponto de Vista (estampas) e a reedição de Trilogia (1975), um livro-objeto que traz elementos como água, terra e céu. Do alto dos seus 60 anos de carreira, Sérvulo ainda burila respostas sobre seu ofício de fazedor de arte. "É uma maneira que você tem, talvez inerente, de olhar as coisas". E, completa, sem falsa modéstia: "Estou aprendendo. Não me considero um conhecedor. Sou apenas um iniciante".


SERVIÇO:

Sérvulo Esmeraldo - Exposição de 1° de dezembro de 2007 a 18 de janeiro de 2008, na Sicardi Gallery, em Houston, nos Estados Unidos. A mostra reúne 25 obras dos anos 60 e 70. Na

Conheça a Sicardi Gallery na Internet: www.sicardigallery.com


Na Internet!

Os Excitáveis
www.youtube.com/watch?v= ZZ9ER89wxlQ


QUEM É SÉRVULO ESMERALDO
O rigor geométrico-construtivo e a disciplina criativa colocaram Sérvulo Esmeraldo em destaque a partir da década de 50. Nascido no Crato, aos 18 anos, o artista plástico veio morar em Fortaleza, onde tomou contato com os artistas da Sociedade Cearense de Artes Plásticas, como Inimá de Paula, Aldemir Martins e Antonio Bandeira. Neste período, realizava xilogravuras com inspiração na gravura popular, de formas puras e em preto e branco. Em 1951, foi viver em São Paulo. Em 1957 realizou uma individual no Museu de Arte Moderna (MAM) e, no ano seguinte, partiu para Paris como bolsista do governo francês, onde estudou litogravura com Johnny Friedlander e freqüentou o ateliê da Escola de Belas Artes de Paris. A partir daí a obra de Esmeraldo tomou uma feição mais abstrata e a escultura predominou sobre a gravura. No final dos anos 1970, Sérvulo voltou ao Brasil. Desde então, espalha pela cidade de Fortaleza obras monumentais que interagem com o vento e o sol.

E-MAIS
Os Excitáveis voltaram a circular na vida de Sérvulo Esmeraldo a partir de 2004 quando foi convidado para compor o Espace de l'art concret de Mouans-Sartoux/Donation Albers-Honegger, um espaço de arte concreta, do Ministério da Cultura da França.

http://www.institutotomieohtake.com.br/programacao/exposicoes/cineticos/cineticos.html

Exposições

24.11.07

Paris


Paris, here we go!
Faltam 10 dias para a nossa ida à Europa.
O blog será atualizado diariamente, na medida do possível, com fotos, vídeos e textos. Assim, todos poderão acompanhar nossas aventuras por lá.

28.2.07

O Universo da Feira de Belo Jardim

Imagine-se sendo acordado às quatro horas da manhã com o tilintar de barras de ferro, vozes, barulho de carro e ao sair de casa deparar-se com dezenas de barracas na calçada, a menos de um metro da sua porta de entrada. Essa situação é vivida pelos moradores do centro da cidade de Belo Jardim, duas vezes por semana, nas feiras de segunda e sexta.

Segundo dados históricos do município de Belo Jardim, a cidade surgiu a partir de uma fazenda, que progrediu e com a chegada de novos moradores uma feira livre foi instalada no local, por volta de 1854. Aos poucos, um povoado, denominado Capim, foi se formando em torno da feira até constituir-se como cidade, hoje com população em torno de 70 mil habitantes. Pode-se concluir que a cidade é fruto dessa feira.

Os principais motivos de descontentamento dos residentes do centro em relação à feira são: barulho, sujeira, mau cheiro e o impedimento do tráfego de veículos nas ruas ocupadas. Para a aposentada Conceição Lima, 65 anos, o lado bom de ter a feira à sua porta é a facilidade para fazer compras. Já o lado ruim é ter de agüentar o barulho da montagem das barracas, segundo a moradora que convive com a situação há mais de 30 anos, embora no passado a situação fosse diferente, pois os feirantes colocavam as mercadorias em cima de lonas sobre o chão. Ela diz que em geral os bancos começam a ser montados por volta das três ou quatro da manhã e, dependendo do dia, só são desmontados às três da tarde. A sujeira e mau cheiro não afetam dona Conceição, afinal na rua onde mora, os feirantes vendem apenas roupas.

Já Cláudia Siqueira, 31 anos, mora no centro desde que nasceu e disse que não se acostuma com a feira à sua porta. Afirma que a feira interfere negativamente na estética da cidade.

Mas para Geruza da Silva, 47 anos, costureira, a situação é mais incômoda. Ela diz que a rua onde mora fica muito suja no fim do dia, restos de frutas, legumes, ambiente propício para o aparecimento de baratas e ratos. Ela reclama ainda que muitas vezes os garis demoram a limpar o local. Para a costureira a solução seria a transferência da feira para outro local.

Esse espaço já existe. Trata-se do Pátio da Feira. O local foi especialmente construído para a feira, e tem uma área de cinco mil metros quadrados, suficiente para abrigar todos os feirantes. De acordo com o secretário de agricultura de Belo Jardim, Juraci Vasconcelos, o pátio vai oferecer diversas vantagens como: saneamento, iluminação pública, segurança e padronização dos espaços para as barracas. Após a transferência da feira para o novo local, provavelmente em 2007, o feirante vai continuar pagando a mesma taxa que paga na rua, não mais que três reais. O secretário está otimista quanto à mudança da feira e disse ainda que há uma fila de espera, com mais de 100 pessoas, para colocar um banco no novo pátio.

Atualmente a feira ocupa uma área de cinco mil metros quadrados e tem a participação de 900 bancos, sem contar com os feirantes que expõem seus produtos no chão. Ali encontra-se de tudo, por isso é tida como uma das maiores e mais diversificadas feiras da região, segundo Maria Mororó, coordenadora da feira na cidade. Frutas e verduras cultivadas no próprio município, temperos, queijo, carnes, plantas, flores, calçados, roupas novas e usadas, tecidos, mobiliário, utensílios domésticos de plástico, metal e barro, boneca de pano e de plástico, quinquilharias em geral, o primitivo lado a lado com o moderno e o industrializado.

Porém os feirantes não estão tão animados para essa transferência. O comerciante de calçados, Pedro dos Santos, 48 anos, 22 desses dedicados à feira, acredita que sair do centro não vai ser bom para ninguém. O feirante disse saber do descontentamento de alguns moradores do centro, mas que não são todos que reclamam. Ainda sobre o novo destino da feira, ele acha o pátio afastado e tem medo de perder a clientela que já está acostumada com seu ponto, curiosamente em frente a uma sapataria. O comerciante disse ainda que os clientes preferem a feira na rua, "pois está mais perto dos bancos e comércio, dá para resolver tudo por aqui mesmo." Com seu Pedro trabalham seus dois filhos, na barraca vizinha, seu irmão José Severino vende roupas. Aos poucos ele vai enumerando todos os seus familiares que vivem do comércio na feira.

No banco da frente, seu Ivo de Oliveira, 65 anos, e há 30 vende miudezas na feira. Tem de tudo na sua barraca coberta por uma lona sob o sol do meio-dia – material escolar, aviamentos, bolsas, bonés, brinquedos etc. Mas reclama do movimento fraco e diz que se tiver de mudar não vai se opor, porém imagina que no pátio o movimento será menor e que terá dificuldades para carregar e descarregar sua mercadoria.

Apesar do descontentamento de moradores e resistência dos feirantes quanto à mudança de local, a feira livre é um universo mágico, democrático e contemporâneo. Mistura de formas, cores e materiais. Comércio ambulante tradicional ainda nas cidades interioranas, regido por sua gente e sua sabedoria. Ambiente que congrega aspectos importantes na história, cultura e economia da sociedade. O mais importante nessa discussão é ficar assegurado que a feira livre seja preservada, onde quer que ela aconteça.

6.2.07

Musa Madonna



O dvd do último show da Musa, The Confessions Tour, é simplesmente um arraso! Vale a pena tê-lo no dvd player 24h.

21.1.07

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